Mente barulhenta
Eu acho que perdi essa habilidade bonita de transformar em palavras o que eu sinto. Parece que o pensamento, o sentimento e a emoção só me consomem. Ás vezes eu tenho certeza que minha cabeça vai explodir de tanto implodir e meus miolos sujarão todo o lençol da minha cama. Não por uma força externa, mas apenas com a força de todos esses pensamentos que não coloquei para fora. Me lembrei da psicóloga que me acompanhou por pouco tempo e disse que eu era como uma panela de pressão que, de tanto guardar as coisas para mim, uma hora explodiria.
E ela explodiu há exatos quatro anos. Quando escrevi vários posts nesse blog ao longo do processo. Mas a verdade é que por parar o tratamento, sinto que estou prestes a explodir novamente. Mas agora não como uma panela de pressão, mas só meu cérebro explodindo sozinho, sozinho, como se o ego, o id e o superego fossem o Urânio entrando em colapso porque alguém decidiu dividir o seu núcleo atômico. BUM!
Eu só não explodi porque as palavras que tanto me fazem mal, me salvam disso tudo também. Que ironia! Elas me consomem quando surgem, mas se soltas ao léu entram em harmonia e melhoram a minha estima. A força das minhas crenças me levam a acreditar que enlouqueci.
O trágico é que fome eu tenho, mas vontade de cozinhar não. É a mesma relação com as palavras, tenho vontade de gritá-las ao mundo em forma de texto porque é isso que sei fazer. Talvez graças ao Sidney Sheldon ou a Meg Cabot, ou quem sabe ao grande Marcos Rey. Sei que foram alguns dos nomes que me levaram a descobrir que eu poderia transformar a fertilidade da minha imaginação em algo concreto. E que mágico seria viver assim ou para isso ou para qualquer coisa que desse sentido aquele ócio de ficar horas imaginando mundos e cenas e lugares e pessoas.
Ah como eu queria que a vida me levasse para outro rumo.
Ou que tudo fosse diferente.
Ou que eu não estivesse agora em meio a uma auto sabotagem extrema me reconectando com aquilo que mais amo.
Escrever.
Sem sentido algum.
Só escrever o que me vêm a mente e dá sentido a tudo o que eu sinto. Mesmo que não tenham relação nenhuma com a emoção inicial que me fez começar a escrever. Escrever é a coisa mais mágica de todo o universo. Sei lá, só me faz bem de um jeito que só Shakespeare entenderia.
E não estou me igualando a Shakespeare, só foi o único escritor que me venho a mente.
Mas quem sabe você que encontrou esse texto, em meio a tanta coisa para fazer, também sinta lendo o que eu sinto escrevendo.
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