Mil e uma noites... de crime



Quando eu assisti a Uma noite de crime, não pensava que fosse gostar da história. Imaginava que seria bom, mas não achei que eles abordariam a desigualdade em um filme do gênero. O que importa é que aquela velha história que o segundo filme não é melhor do que o primeiro não se enquadra para a sequência do longa.
O primeiro te envolve, mas não como o segundo. Se o primeiro fala sobre a desigualdade e guerra criada pelo governo entre ricos e pobres, brancos e negros, o segundo aborda as mesmas coisas, no entanto de uma maneira mais aprofundada e impactante.
Em Uma noite de crime: anarquia, a briga ideológica não envolve mais a proteção a um morador de rua. Agora, as pessoas, esquecidas pelo governo, que discordam do sistema lutam contra ele.

Não são pelas doze horas

O ódio das pessoas pelo ato da “purificação” não é meramente em relação ao dia propriamente dito, mas ao fato do governo apoiar a brutalidade que só acontece com os pobres, enquanto os poderosos, economicamente falando, podem pagar pela proteção que quiserem.
Estranho seria se na vida acontecesse a mesma coisa. A diferença é que não acontece só em um dia, ela acontece sempre. Mas nós não vemos e o governo também não. Ninguém vê, ninguém liga.
Parece que o sistema faz com que tudo seja uma guerra entre ricos e não ricos. Você fica com ódio de pessoas, por exemplo, eu fiquei com raiva dos milionários do filme, mas o governo estavam apoiando eles. Então, será que a culpa eram mesmo deles? No entanto, é difícil separar as coisas. Ainda mais quando a diferença é tão explicita.
Há diferença quando você derrama um tipo de sangue e há diferença em quem o derramou. O ideal seria se não houvesse, mas ela existe. Ela está lá, todo o dia, gritando para quem quiser ouvir que uma vida vale mais do que a outra. Contudo, na maioria das vezes, nós fingimos que não escutamos.

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