Livre?


Sentia-se livre como um pássaro em uma gaiola. Resolveu pular e fugir de tudo aquilo que lhe prendia. Mas não podia, as correntes eram maiores do que imaginava. Tentou não entrar em desespero e pensar direito, entretanto, a vontade de ser livre a consumia de um jeito tão... insaciável.  
Parecia que não existia nenhuma forma de fugir. Se pensar em falar, não poderá dizer bobagens, pelo menos, não de um jeito que incomoda outras pessoas. Se pensar em escrever, não poderá fugir da norma padrão culta ou suas ideias terão que ocupar o limite do espaço dado. Não pensa em viajar por falta de recursos, mas fugir assim resolveria?

Pensou no jeito mais clichê para escapar da prisão: se acomodar com o fato de estar presa, contudo fingir que está livre. Assim, não veria mais a si mesma como uma prisioneira, mas como uma pessoa comum exercendo seu próprio direito de liberdade.

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