Síndrome de Davy Jones
A casa estava em silêncio como era de se
esperar. Tudo estava escuro como a noite fria. Enrolara-se na toalha e saíra do
banheiro. Estava exausta, pensava no seu dia corrido e no que tinha que fazer
quando a aurora chegasse. Estava tão distraída em seu próprio mundo que mal
percebeu quando chegou ao quarto. Acendeu a luz e de repente saiu da escuridão
um vulto que a atacara.
Foi fácil até demais entrar pelos fundos. Ele
ficou esperando-a, ouvia o barulho do chuveiro. Podia escutar cada gota
percorrendo seu corpo e caindo no chão. Pareceu ser o banho mais demorado que
ele já vira. Passaram-se dez minutos, mas foram os dez minutos mais demorados
de toda a sua vida. Ouviu os passos dela na escuridão. Quando ela acendeu a
luz, foi o tempo de atacar. Apunhalou-a no peito e a viu desfalecer. À medida
que ela caia, ele arrancou seu coração. Agora, fizera com ela o mesmo que ela
tinha feito a ele. Arrancara seu coração friamente sem se importar com ela. De
uma coisa ele estava mais do que certo: a vingança nunca foi tão vermelha.
Comentários
Postar um comentário