Em crise
De todas as filhas, ela era a mais estranha, tanto por dentro quanto por fora.
Ela não era organizada como as outras, nem ligava para os afazeres
domésticos como as outras.
Ela tinha seu próprio mundo, como todo mundo. Mas a sua forma
de ver o mundo divergia de quase todos.
Tinha suas expectativas, seus sonhos, mas parecia que falta
alguma coisa. Algum empurrãozinho talvez.
As outras se arrumavam mais, era verdade. Ela só fazia tudo
conforme sentia que deveria fazer.
As outras não eram perfeitas, mas, às vezes, ela se sentia a
imperfeita. Sentia-se como uma peça não se encaixava.
Se sentia oblíqua,
fora do mundo. Fora dos eixos, fora... fora... fora.
Lá fora seria melhor, se as inquietações internas não a acompanhasse.
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