Só não repare a bagunça!

Ao lembrar de quando era criança que não foi a muito tempo, recordei que eu quase sempre tentava entender porque meu nome era meu nome. Imaginava como seria se tivesse outro nome. Às vezes também tentava me ver como outra pessoa, por mais que me sentia esquisita nesses momentos, sempre achava que os outros também faziam o mesmo.
         Não sei por qual razão lembrei disso, contudo este pequeno devaneio comprova que minhas crises de identidade existem desde muito cedo. Analisando aprofundadamente, existiu uma época em minha vida que eu queria trocar de nome. Para falar a verdade, foi mais de uma. Quando era menor, queria trocar meu nome porque ele não era comum e eu achava estranho quando alguém me chamava. Até hoje às vezes acho estranho quando alguém diz “Janaína”, pois acostumei só com “Jana”. No entanto, se a pessoa me chama de “Jana” todos os dias, tenho uma leve sensação estranha quando ela fala “Janaína”. Além disso, acho mais esquisito ainda quando encontro alguém com o mesmo nome que o meu. Enfim... a segunda vez que quis trocar meu nome, foi quando descobri o significado dele. Talvez, eu goste de Piratas do Caribe justamente por ser a “Rainha do mar”!
         Acredito que agora meus anseios são mais profundos ou não. Para começar, eu não me entendo. Às vezes sinto como se eu fosse algum tipo de esfinge a ser decifrada por mim mesma. É tudo tão confuso... tenho a impressão de que sei exatamente o que quero, mas de repente eu não sei nada.
         Ultimamente, tenho andado com muito medo. Medo de tudo o que está por vir. Como se nada fosse dar certo. Isso que dá ler George Orwell! Talvez seja o próprio medo que me faça pensar assim ou algo relacionado a domínio próprio, conseguinte domínio de seus pensamentos.
         Possivelmente deve ser uma questão de tempo. Um dia eu compreenderei, eu acho. Será que eu não sou surrealista? Acho que provavelmente seja isso, uma vez que meus pensamentos são desordenados, sem nexo e sem conexão com a realidade. Pronto, descobri o X da questão. A razão por eu não me entender expressa-se no fato de que não existe compreensão no surrealismo ou porventura nós, meros mortais, não temos intelecto suficiente para captar o significado das coisas surreais?

         Sei lá, a única certeza que tenho é que não tenho certeza de nada. Parafraseando Sócrates.

Comentários

  1. Tô fazendo um blog sobre escritos da alma, pensamentos, loucuras e afins. Meio que me dando de presente um lugar pra transbordar e ser só eu mesma e minhas mais infinitas faces... E aí achei o trabalho de vocês procurando uma foto de quarto bagunçado pra postar e descrever meus pensamentos no blog!
    Me inspiraram. Tão arrazando, continuem assim! =)

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    Respostas
    1. Olá Gitana,

      Muito obrigada!!! Fico feliz por saber que uma coisa que eu sempre julguei ser tão interna ter te inspirado de alguma forma. Criar um blog e deixar os pensamentos fluírem é maravilhoso. Espero que você goste.

      Volte sempre!!!! E ah, se quiser pode deixar o link do seu blog :)))

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