Internamente


“As palavras, elas são tão intrigantes” – pensou quase subitamente. – “Elas têm o poder de melhorar ou piorar o dia de alguém, a escolha é sua.  Além disso, elas são tão intrometidas.  Saem quando não deveriam e quando deveriam não saem, como se tivessem vontade própria ou até mesmo vida própria”
Quando ele precisou as palavras não estavam lá para ajudá-lo, mas elas estavam lá fazendo-o reclamar sem parar e sem perceber que isso incomodava os outros ao seu redor. Agora, estava decidido a reclamar daquilo que, em sua mente, o fazia reclamar.
“Talvez, a culpa não seja das palavras, talvez a culpa seja minha mesmo. A culpa é toda minha e dessa bendita mente bagunçada” – agora tudo caminha para outra direção. A mente. A mente desfragmentada que, ... - “... não consigo! Talvez seja por falta de autocontrole...” – na maioria das vezes, atrapalham as pessoas a pensarem corretamente ou verem o mundo como ele realmente é. - “DROGA! Tudo seria melhor se eu fosse um cara equilibrado ou se...”  - Está vendo como é a mente? Comecei a falar e nem percebi que o problema aqui pode ser autoconfiança.
Respirou fundo. Precisava pensar claramente, mas as lágrimas já estavam querendo sair... “Me sinto um completo idiota” – respirou fundo novamente, não queria chorar. Eu não entendo esses tipos de pessoas. Eles cavam sua própria fossa, se jogam e depois querem conter as lágrimas. – “Deveria ter ficado quieto nos momentos oportunos. Ter ouvido mais...” – lá vem o clichê – “...e reclamado menos.” – daqui a pouco começa a escutar aquela música: – “Se ao menos eu soubesse me controlar.” – devia ter amado mais... e o resto todo mundo já sabe – “Ou se soubesse usar as malditas palavras!” – Exatamente: mal ditas.
Antes de continuar queria dizer que eu sei que meu papel aqui era só o de narrar o que está acontecendo com esse cara, no entanto, essa crise interna é tão comum, no caso dele, que resolvi opinar. Não repare se eu omitir alguns fatos chatos, como por exemplo: se ele está de pé ou sentado ou em que lugar está, isso é tão irritante para mim. Entretanto, estou gostando de expressar minha opinião. É a primeira vez que faço isso. OPA! Essa pequena pausa me fez perder quando ele começou a chorar...
 “Me sinto tão inútil.” – repetia para si mesmo – “Se tivesse feito tudo diferente!” – Caramba. Não vai parar com esses ‘se’ aí, não? – “Como fui burro! Por que não calei a boca como todo mundo queria. Por quê?” – Já tentou uma técnica chamada autoconhecimento?
“As pessoas têm razão sobre mim. Eu também não sei como algumas ainda me aguentam” – mais dramático que a novela das nove. Porém, ele não parava de se sentir tolo e ao mesmo tempo inútil. As lágrimas diminuíram. Parecia que estava se acalmando, mas era impressão errônea. Sentia como se o seu coração nunca fosse ficar leve de novo. O peso de seu comportamento e das palavras ditas a ele sobre não queria sair. Sentia vontade de criar asas e voar para longe. Como se fugir resolvesse o problema.

“Acho que nunca conseguirei mudar a mim mesmo. Não posso...” – eu também não posso fazer nada sobre isso.

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